26 dezembro, 2006

Sunflowers.1888.VAN GOGH, Vincent.1853 - 1890


This is one of four paintings of sunflowers dating from August and September 1888. Van Gogh intended to decorate Gauguin's room with these paintings in the so-called Yellow House that he rented in Arles in the South of France. He and Gauguin worked there together between October and December 1888.

Van Gogh wrote to his brother Theo in August 1888, 'I am hard at it, painting with the enthusiasm of a Marseillais eating bouillabaisse, which won't surprise you when you know that what I'm at is the painting of some sunflowers. If I carry out this idea there will be a dozen panels. So the whole thing will be a symphony in blue and yellow. I am working at it every morning from sunrise on, for the flowers fade so quickly. I am now on the fourth picture of sunflowers. This fourth one is a bunch of 14 flowers ... it gives a singular effect.'

The dying flowers are built up with thick brushstrokes (impasto). The impasto evokes the texture of the seed-heads. Van Gogh produced a replica of this painting in January 1889, and perhaps another one later in the year. The various versions and replicas remain much debated among Van Gogh scholars.

Oil on canvas
92.1 x 73 cm.
POSTED BY CELESTE ALMEIDA

Sunflower. Vincent van Gogh.

2007!!!!!!

15 dezembro, 2006

III ENCONTRO DO GRUPO DE PESQUISA ARTE HIBRIDA






Durante III Encontro, o Evento organizado pela Profa. Mestra Maristela Ribeiro, artista plástica/pesquisadora, no Museu de Arte Contemporânea, Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, contou com a participação de artistas e intelectuais dessa cidade.
A Conferência proferida pelo Prof.Dr. Evaristo Navarro [UPV - Valencia]intitulada "Arte e Sobrevivência" despertou a curiosidade de todos os presentes, interessados nesse tema.
Na sequência, os membros do Grupo:Maria Celeste de Almeida Wanner, Maristela Ribeiro, Rosângela Pereira, Nanci Novais e Marco Aurélio Damasceno fizeram comunicações sobre seus projetos de pesquisa, em andamento.
O Evento foi finalizado com coquetel e lançamento do livro "Fendas e Frestas", de autoria de Maristela Ribeiro, e da Revista Cultura Visual [PPGAV/UFBA]realizada por este Grupo de Pesquisa, "A Matéria na Contemporaneidade".

12 dezembro, 2006

III ENCONTRO DO GRUPO DE PESQUISA ARTE HIBRIDA

III ENCONTRO DO GRUPO DE PESQUISA ARTE HIBRIDA

III ENCONTRO DO GRUPO ARTE HIBRIDA.
HORIZONTEONOFFLINE
Organização e Coordenação: Maria Celeste de Almeida Wanner
Líder do Grupo
11 a 16 de dezembro de 2006
Local: Salvador/UFBA e Feira de Santana UESF/CUCA/Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana.


Programação
Escola de Belas Artes/UFBA
Sala Riolan Coutinho
Dia 11 – 9h00 às 13h00 – Reunião com os Pesquisadores do Grupo
Dia 12 – Evento aberto ao público.
9h00 às 10h00 – Abertura: Maria Celeste de Almeida Wanner
Prof.Doutoranda Nanci Novais - UFBA/UPV-Espanha
Palestra: Josep Ramon Millet Pons - Diretor Cultural do Palau Ducal Dels Borja de Gandia - Espanha.
10h00 às 13h00 – Conferência: Arte e Sobrevivência - Prof.Dr. Evaristo Navarro Segura. Prof.Titular, Departamento de Escultura, Universidad Politécnica de Valencia, Espanha.
Dia 13 - 9h00 às 13h00 - Apresentação de Atividades de Extensão do Grupo

Dia 14 - Universidade Estadual de Feira de Santana
Coordenação do Evento: Profa.Mestra Maristela Ribeiro
11h00 - CUCA – Reunião com os Pesquisadores do Grupo
Visita à Universidade Estadual de Feira de Santana e Órgãos de Pesquisa
17h00 – Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana
Conferência: Arte e Sobrevivência - Prof.Dr. Evaristo Navarro Segura
Mesa Redonda:
Profa.Dra. Maria Celeste de Almeida Wanner
Profa.Doutoranda: Nanci Novais
Prof.Mestre: Marco Aurélio Damasceno
18h00 – Lançamento do livro Fendas e Frestas e da Revista Cultura Visual.
Celeste Almeida - 12 de dezembro de 2006

03 dezembro, 2006

SALVEM EL CABANYAL




imagem celeste almeida / 2006

ORIZEIN/HORIZN/KUKLOS

Segundo alguns teóricos Deus concedeu ao homem horizontes ilimitados para que ele pudesse dar forma e reformar seu próprio mundo.
ORIZEIN/HORIZN/KUKLOS, do Grego, significa instalar, estabelecer ou demonstrar algo através de um signo. Significa, também, limitar; uma linha que separa a terra do céu.
Mais precisamente, é a linha que divide todas as direções possíveis de serem vistas. Algumas intersectam a Terra, outras, não. Isso desmistifica a forma geral de horizonte, ou linha do horizonte, sempre dividindo dois espaços, conhecido como Horizonte Visível.
Historicamente, o horizonte visível tem sido de extrema significância, pois ele representava as mais variadas formas de COMUNICAÇÃO antes do desenvolvimento de equipamentos, como radio e telégrafo. Muitas regras ainda o utilizam com este propósito, especialmente nos casos de aeronaves, onde pilotos baseiam-se nessa linha visível.
Todavia, essa concepção no seu conceito e contexto tradicional [limite entre céu e terra e o uso da perspectiva] passou a ser desconstruida por artistas, no século XX, a exemplo de Kazimir Malevich, Georgia O'Keefe e os Expressionistas Abstratos, sobretudo Jackson Pollock. Ao incluírem essas noções de Paisagens Aéreas, as pinturas possibilitaram uma forma de olhar para baixo, opostamente do olhar tradicional através de uma visão de ângulo oblíquo, uma espacialidade vista de todos os ângulos, sem limites.
Esse tipo de Paisagem foi um dos mais importantes paradigmas do século XX e atribui-se a Nadar [1820-1910 - Pseudónimo de Gaspard-Félix Tournachon], que, em 1858, foi um dos primeiros a fotografar paisagens aéreas.

01 dezembro, 2006

A poética do desenho - o fio como matéria



Segundo Frederico Morais, “O desenho rompe com todas as hierarquias, situa-se além de qualquer cronologia, revela seu próprio tempo e o tempo do artista. O desenho tem uma qualidade a mais que os outros meios de expressão. Além de “armar o braço” é, ao mesmo tempo, o mais confessional dos meios plásticos, diário íntimo, eletrocardiograma, rebeldia travada no meio da noite, solitariamente. Uma qualidade a mais, dizia, porque o desenho parece escapar à polêmica estéril entre vanguarda e retaguarda, entre o velho e o novo, navega imperturbável entre ismo e épocas. De Holbein a Steinberg é sempre atraente e como nunca parece esgotar suas possibilidades, permanecendo como um eterno croqui, estimulando muito mais, no espectador, a participação intelectiva e emocional. E permite todas as virtualidades e virtuosidades, porque um desenho você larga aqui e recomeça ali, hoje, amanhã, ontem. O desenho é para ser lido, como um poema.”
Percebe-se que o desenho proporciona uma viagem no tempo e no espaço, traçando linhas que marcam épocas, momentos, situações, promovendo toda uma manifestação de sentidos que afloram sentimentos, lembranças tanto para quem produz como para quem recebe, numa troca mútua de experiências, na possibilidade constante de se fazer presente, à cada mudança do olhar. Sentir o riscar, o tocar da grafite, carvão, giz, na superfície é registrar marcas no tempo desenvolvendo um diálogo que transita entre a matéria e a memória. Desenhar é estar no gesto de se mostrar presente com o seu íntimo. Este ato de intimidade, da revelação e descoberta se busca a cada instante, segundo Edith Derdyk, nas manifestações mentais como lembrar, imaginar, sonhar, observar, associar, relacionar, simbolizar, reapresentar. No ato de desenhar está implícita uma conversa entre o pensar e o fazer, entre o que está dentro e o que está fora. Recebem-se inúmeros estímulos a todos instantes. Relacionando alguns, selecionando outros, valorizando, negando. É desse movimento interno vão surgindo as configurações e constelações de significados que irão se transformar em futuros entes gráficos .
A cada instante, relacionam-se elementos do tempo e do espaço, assim como o desenho que congrega o presente como o passado e um futuro, transformando-se em manifesto de identidade, sendo um exercício do desejo e do que se vê. Este olhar que se é permitido se faz presente num momento em que se deseja ver além do que se é visto, através do vidro do realismo que neste momento encontra-se ‘embaçado’ fazendo com que se passe a ver com o olhar interior, não mais desenhando o que é visto, e sim desenhando o que se sente. O objeto passa a ser referência para uma nova forma que surge a partir desse olhar transformado. Francastel acredita que, “A visão é fruto da comunhão ou do confronto entre o mundo exterior e o mundo interior. O índice de existência de uma visão interior é revelado pela nossa capacidade de formular pensamentos, atribuir conceitos, se é que podemos dizer assim. O desenho, “fábrica de imagens”, conjuga elementos oriundos do domínio da observação sensível do real e da capacidade de imaginar o projetar, vontades de significar. O desenho configura um campo minado de possibilidades, confrontando o real, o percebido e o imaginário. A observação, a memória e a imaginação são as personagens que flagram esta zona de incerteza: o território entre o visível e o invisível.”
O que se pode ver através do desenho vai além do que a retina capta, o campo preceptivo se amplia a cada diálogo que se forma através do riscar, o qual se constrói a partir desse movimento interno e externo que passa a se transformar em imagens tornando-se índice para esta nova visão que se configura na própria interpretação de cada um de nós, tanto do artista quanto do espectador.
O desenho dentro dos cânones tradicionais tem como essência o grafite ou carvão e papel, e o seu uso como instrumento de observação, atuando como um terreno comum de comunicação e representação normal.
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, o Desenho [Do it. Disegnare] tem como significados: representação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos e manchas; a arte e a técnica de representar, com lápis, pincéis etc., um tema real ou imaginário, expressado na forma; toda obra de arte assim executada; traçado, projeto.
Considera-se hoje que aos poucos o desenho vem se transformando em linguagem contemporânea, se tornando um instrumento que relaciona com a realidade circundante convertendo-se em um veículo de reflexão das idéias que pairam sobre a mente e que materializam no papel ou em outro suporte, referindo-se a uma realidade presente e imediata que necessariamente não precisa estar presente, mas que exista na mente do artista, se configurando entre o imaginário e o real, entre o mundo dos sonhos, das recordações, o mundo dos materiais, das sensações físicas. O que se busca nas artes hoje tanto no desenho como em qualquer outra linguagem artística é o rompimento dos cânones tradicionais, onde a visão retiniana deixa de ser a projeção real do mundo, passando a imaginar a nossa projeção do mundo, o que é visto e sentido.
Daniela Bousso faz considerações referentes ao desenho, como: “O desenho pode ser trabalhado, tanto na sua concepção mais tradicional, desde as incursões por linhas, grafismos, problemas da observação e da configuração, como nos movimentos de esconder-se, revestir-se, camuflar-se, desvelando-se em desdobramentos poéticos do conceito e do pensamento, firmando-se enquanto estrutura mental subjacente à obras.”
A construção do desenho se dar de maneira variada, desde seu isolamento, ou seja um objeto uma vez situado fora do seu próprio campo, e removido para um outro campo ,paradoxalmente, estará livre do seu ‘esperado’ suporte que em geral é o papel, assim como a partir de uma modificação onde aspectos do objeto são alterados. Para Lucimar Bello , na arte contemporânea o desenho possui uma autonomia e a própria autonomia do artista em transformar um estado de ordem – desordem – ordem num processo de hibridização onde dois objetos familiares produzem um terceiro, provocando acasos e encontros acidentais, numa bipolaridade conceitual, no uso de imagens interpretadas, nas quais duas situações são observadas de um único ponto de vista, modificando a experiência espáciotemporal num inter-relacionamento e entre-cruzamento gerando objetos efêmeros singulares, fundamentados nas formas de investigação, afirmação e/ou negação de teorias da arte, da cultura, da filosofia e de diversas áreas do conhecimento, as quais se entrecruzam, se abastecem e se desafiam. Bello tem desenvolvido uma investigação profícua a cerca do desenho. Para ela, “O desenho, na contemporaneidade é desenhado, é pintado, é esculpido – é plural e trans-criado – construído por associações de materiais, quer sejam apropriados da natureza – folhagens, água, raios, nuvens, quer sejam apropriados do mundo da cultura – lixo urbanos, fragmentos industriais, quer sejam produções tecnológicas – multimeios e interatividades - obras virtuais.”
Para a construção do desenho, tem-se a linha que se torna o fio que conduz, o fio de Ariadne que nos leva inconsciente ao mundo amorfo que nos circunda por toda à parte, neste labirinto de imagens, de milhões de objetos que cerca a cada momento nossa visão. Sem a linha não encontraríamos o caminho de volta. Ela é, como diz Edith Derdyk, o elemento essencial da linguagem gráfica, não se subordina a uma forma que neutraliza suas possibilidades expressivas. A linha pode ser uniforme, precisa e instrumentalizada, mas também pode ser ágil, densa, trépida, redonda, firme, reta, espessa, fina, permitindo infindáveis possibilidades expressivas. A linha revela a nossa percepção gráfica. Quanto maior for nosso campo perceptivo, mais revelação gráfica irá obter. A agilidade e a transitoriedade natural do desenho acompanham a flexibilidade e a rapidez mental, numa integração entre os sentidos, a percepção e o pensamento . Ela nos leva a perceber o espaço a configurá-lo. Assim forma-se o desenho, através da linha que vai de um ponto ao outro.

Processo Híbrido do desenho com outros suportes

Dentro da contemporaneidade as formas de expressões passam por um processo de hibridação onde o riscar, marcar, mesclam com o furar, tecer numa conjunção de linguagens marcadas pela manipulação de matérias diretamente relacionados com o universo da manualidade. O desenho contemporâneo se manifesta de várias maneiras, o ponto já não forma mais a linha e sim a linhas vai formando o ponto onde o lápis passa a ser substituído pela a agulha que, no vai e vem, forma o objeto marcado, entre outras coisas, por uma sensibilidade feminina que se estende tanto na temática quanto na escolha de matérias diretamente relacionadas ao universo de atividades manuais doméstica, como tecidos, bordados, travesseiros, mantas, brocados, entre outros. Na temática, as novas obras podem assumir tons que remetem à intimidade de um diário, lança um olhar poético, inovador e até irônico aos ícones que definem esse universo doméstico, marcado por copos, xícaras, batons, anéis, lingeries, cadeiras, panelas, destacando-se dentro do conceito da Dimensões íntimas do feminimo segundo Kátia Canton.
Esta sensibilidade se manifesta pelo próprio desejo de se mostrar presente, desnudando-se através de cada obra, num movimento de ruptura de padrões e regras diante da arte e da própria vida, fazendo-se presente através da utilização de objetos ou fatos do cotidiano que estão situados no mundo imaginário e colocados à vista. A obra deixa de ser contemplativa, passando a ser provocativa, reflexiva e reveladora.
Percebe-se cada vez mais que atividades artesanais de ocupação feminina passam a mesclar com as artes visuais no processo híbrido de construção de diversas linguagens visuais, como o bordado, a costura, o tricô, etc., incorporando-se do conceitual ao matérico, dentro dos sistemas das artes, considerando que essa mistura de técnicas situa suas experiências nos limites ou ‘fora do’ gêneros artísticos tradicionais. As fronteiras das técnicas são abolidas e transgridem sua própria natureza conduzindo-se a um terreno pleno de mutações, constituindo-se um sistema de migrações que produz fenômenos dificilmente classificados, e cujas características são a heterogeneidade, multiplicidade e intertextualidade. Esses processos híbridos de técnicas e linguagens se relacionam uma com as outras. Para Frederico Morais, pesquisador e crítico de arte, “o desenho está deixando de ser uma atividade-meio e está entre a performace e a instalação.”
Nos anos 1980, muitas investigações foram realizadas por artistas que viram o desenho como um campo de possibilidades infindáveis. Variando de suportes, do papel propriamente dito em formatos não tradicionais às instalações, utilizaram-se de materiais, como fios naturais e sintéticos, o desenho tridimensional, néons, entre outros, onde o espaço físico dialoga com o espaço matérico, convidando o expectador a fazer parte da obra, pois criar uma instalação artística é investigar o novo campo perceptivo, transformando imagens bidimensionais, gerando a tridimensionalidade em trilhos a serem percorridos, numa quarta dimensão: o tempo. A obra criada será naturalmente vivenciada através dos cincos sentidos, provocando ao espectador distintas sensações.
Selecionar materiais e transportá-los à sala de exposição, transformando o ambiente convidativo à participação do público pode ser uma maneira simplificada de descrever uma instalação, termo que teve suas primeiras idéias em direção as obras hoje denominadas instalações, começando-se por Marcel Duchamp com o seu O GRANDE VIDRO ou la Marieé Mise à Nu par ses Celibataires, Même (1912-23). Esta obra foi considerada como o momento no qual a arte se manifesta à frente do espectador, saindo da parede, levantando-se e interagindo no espaço, exatamente por sua transparência, a qual permite a indução (em sua leitura) do espaço circundante.
Antes do uso geral do termo instalação, que se popularizou nos anos 1970, a década de 50, do século XX, abriu espaço o espectador participar da obra como possibilidade criadora, os Happennings, as ações do Grupo Fluxus, os bichos de Lígia Clark, os parangolés de Hélio Oiticica, as Assemblagens e os Enviroments (obras que chegavam a ocupar todo o espaço de uma galeria), como na arte de Alan Kaprow. Os artistas interessados nessas linguagens utilizaram-se da linguagem ambiental para enfatizar a inserção da obra de arte no cotidiano como algo comercial e descartável. Os materiais oriundos do cotidiano ampliaram-se sua presença na arte desse período, constituindo, assim, um diálogo entre arte e vida.
Embora várias dessas linguagens visuais permitam novos caminhos, fuga e/ou a recriação de uma situação, um fato, um momento, o mais importante é que cada artista crie sua própria linguagem para transmite seu conteúdo, sua mensagem, pois acredita-se que a experiência sensorial ganha seu significado maior no foro interno da reflexão de cada um. O artista é um investigador de novas possibilidades técnicas e, acima de tudo, um intérprete de sua época, de seus momentos.
por:Bia Santos

Arte X design: Qual a distância entre a Arte e o design?

Segundo o dicionário Arélio, Arte quer dizer:
“Capacidade que tem o homem de, dominar a materia, Por em prática uma idéia; Habilidade, engenho; Ofício (em especial nas artes manuais); Artes Pláticas: As que manifestam por meio de elementos visuais e táteis, reproduzindo formas imaginárias.

Se voltarmos um pouco a história e chegarmos ao período pré- histórico, vamos hoje valorar dentro da história da arte peças e elementos tidos com arte pura , porém essas peças neste período estava desenvolvido para algum fim, ou seja tinha uma significação sobrenatural de poderes mágicos, enfim…, as próprias pinturas das cavernas, especulam os arqueólogos, eram produzidas para garantir uma boa caça.
Ao contrário, o século XIX veio esinarmos a possibilidade que tem a obra de arte de independizar-se de toda função estranha para convertir-se em um fim último…. Ou seja, configurações que valem por si mesma. É esta uma das razões do refinamento hoje da arte e a transformação de sua própria função. Na contemporâneidade a arte cumprir um outro papel, o de fazer pesar, questionar… longe de ser um elemento puramente estética, contemplativo, passando hoje a ser vista com um certo estanhamento. É a partir dai que vamos encontrar perguntas ou comentarios corriqueiras, como: Isso é Arte?; O quê? Isso meu filho faz melhor!
Uma coisa é bom termos claro: tudo pode ser Arte, mas nem Tudo é ARTE.
Com o advento da revolução industrial, arte e técnica dialogam constantemente, não querendo aqui descartar a presença da técnica em períodos anteriores. E quando pensamos em técnica remetemos a questão funcional, é neste momento que incorporamos outras disciplinas que fazem parte da grande familia das artes visuais, onde podemos inserir o Design. E o que é o design? A palavra Design, como todos sabem, vem do inglês e que dizer projetar, compor visualmente ou colocar em prática um plano intencional. Não parece que já escutamos isso antes? Sim. realmete, quando classificamos o que seria arte. Mas então onde podemos diferenciar a arte do design ou design da arte? O que diferecia uma disciplina da outra é a sua intenção. A intenção do resultado final da obra. No design o resultado final tem uma intenção de supir uma necessidade, de atender a um mercado a um público específico. Enquanto a arte busca suprir a necessidade do seu próprio autor, suas inquietudes, questionamentos os quais podem ou não gerar uma resposta ao público.
Na pós-modernidade essas forteiras vão se extreitando, porém em campos bem definidos. Hoje quando vemos a cadeira dos irmãos Campana no MOMA –NY, preguntamos, é Design ou arte?. Sim é Design, mas essa peça passa agora a ser institucionalizada entrando para o clã das obras de artes – sendo Design. A cadeira dos irmãos Campana, atendem uma necessidade, uma funcionalidade, sua relação com o mercado, por ser uma peça que pode ser reproduzida e atingir um mercado consumidor, porém possui seu valor estético e inovador para ser inserido no sistema das artes. O qual, podemos classificar, sistema das artes aplicadas.
No que diz respeito as artes visuais, hoje na contemporaneidade, existe uma linguagem artística classificada como arte pública. Quando escutamos falar em arte pública remetemos a questão com, escultura, momumentos, etc, mas essa arte pública que falamos isere-se em um campo expandido como classifica Rosalin Krauss. Hoje o espaço ganha outra dimensão, a obra gera outros significados e outros interesses inserida em campo aberto a inumeras posibilidades. A arte público é uma arte longe de estar dentro das paredes de museus e instituições controladoras que ditam isso é arte, isso não é arte. Arte público busca um discurso social, voltado para uma crítica a um sistema dominador, procurando inserir-se no cotidiano das pessoas, indo ao encontro delas, denuciando, questionando, manifestando seus pensamentos e indignação a essa cultura globalizada, massificada.
Os artistas que hoje trabalham nessa vertente, vem se apropriando, se é que podemos chamar de apropriação, dos meios de expressão do Design, meios esses que tem como estrategias a comunicação visual direta para atingir a um público alvo.
Hoje quando vemos um trabalho do Artista Norte Americano, Dennis Adams, só para ter como exemplo, no qual interfere em estrutura de outdoor, pontos de ônibus, utilizando-se do design construtivo e anúcios publicitarios para trazer ao público suas inquietudes e questionamentos sobre a cidade e suas problemáticas, vemos que a arte e o design caminham juntos, porém com intensões ou necesidades diferentes.
Temos outros exemplos como o grupo poro de Porto Alegre, que trabalham com arte e design desenvolvendo intervenções públicas e muitos outros artistas e grupos que vem se manifestando no espaço público desde o físico ao virtual.
Neste momento o artista deixa de trabalhar com os meios e matériais ligados tradicionalmente as expressões artísticas, e passa a usar meios que atinjam diretamente o público que se encontra envolvidos em uma cultura de massa, onde as informações são imediatizadas através de signos e símbolos.
A arte e o Design sempre caminharam juntos, aliáis, não só essas duas linguagens. Nos anos oitenta, quando os fenômenos híbridos se estenderam de forma consciente e pragmática, as linguagens artísticas passa a hibridizar-se com outras linguagens e expressões. E ai percebemos que as forteiras entre uma área e outra, entre uma linguagem e outra, entre uma técnica e outra deseparecem, passando a fazer parte de um todo, sem deixar que desapareça as características de cada área, cada linguagem.
Por tanto, podemos assim dizer que a distancia entre arte e design estar na intenção de cada autor, onde este procura suprir uma necessidade seja ela pessoal, seja ela do mercado. Arte e desing caminham de mãos dadas sempre, onde buscam expressa de forma visual e táteis uma idéia.
Por:Bia Santos