10 junho, 2010

Estuda no Liceu Fénelon, em Paris, e em 1932 ingressa na Sorbonne para cursar matemática. Abandona o curso, passa a freqüentar diversas academias de arte até 1937, entre as quais Ranson, Julian, Calarossi e La Grande Chaumière, e é aluna de André Lhote, Gromaire, Othon Friesz, Paul Colin e Fernand Léger, sendo profundamente influenciada por este último, que revela sua vocação para a escultura. Em 1938 casa-se com o historiador de arte Robert Goldwater e passa a viver nos Estados Unidos, onde freqüenta o Art Students' League no ateliê de Vaclav Uylacil; nesse período é influenciada pelos cubistas, surrealistas e construtivistas. Em 1945 associa-se aos artistas da geração do expressionismo abstrato e a partir de 1946 mantém contato com Le Corbusier, Joan Miró e Yves Tanguy. Entre as exposições de que participa destacam-se The Arts in Therapy, no MoMA, Nova York, 1943; Les Etats Unis Sculpture du Siècle, no Musée Rodin, Paris, 1965; Sculpture American Directions, National Collection of Fine Arts, na Smithsonian Institution, Washington, 1975; Louise Bourgeois, retrospectiva 1947-1984, na Galeria Maeght-Lelong, Paris, 1985; Documenta, Kassel, Alemanha, 1992; Bienal de Veneza, 1993/1994; Bienal de São Paulo, 1996/1998.

"Louise Bourgeois desenvolveu uma lógica das pulsões, importando vincular sua obra aos grandes temas do conhecimento ou da literatura e não aos sistemas da arte. Melhor falar então de um material extraído de recalques e embates da vida como abandono e ira, desejo e agressão, comunicação e inacessibilidade do Outro. No confronto permanente entre pulsões de morte, angústia, medo e as pulsões da vida, a obra de Louise Bourgeois é uma dolorosa e triunfante afirmação da existência iluminada pela libido. Nessa obra biográfica e erotizada, transformar materiais em arte é uma conversão física, não no sentido religioso, mas como a conversão da eletricidade em força. (...) Digamos então que a obra de Louise Bourgeois caminhe pela territorialização de imensidões. São assim o corpo, a casa, a cidade e o desejo. Ou a geometria, a família e a insularidade. Obra antiplatônica, não se satisfaz com o mundo das idéias e conjecturas. Deseja ter um corpo.
Esta arte não despreza a intensa referência ao sujeito. Retira a mulher da zona da sombra da história da arte. E esse sujeito da arte é uma mulher. Depois de Bourgeois, o universo da arte já não será de mulheres no mundo dos homens, nem têm de falar aí a linguagem dos homens, mas tornar presente seu próprio desejo. Moda e roupa são partes de um código identificado com o feminino. (...) A imensa Aranha (...) é trabalho, doação, proteção e previdência. É da potência da teia oferecer-nos acolhida ou enredar-nos como uma presa. 'A domesticidade é muito importante. Eu a acho avassaladora. Como tem de ser prática, paciente e prendada.' A afetuosa memória da maternidade está entremeada em várias esculturas.
Paulo Herkenhoff
http://www.sampa.art.br/biografias/louisebourgeois/

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